Esta resenha pode conter spoilers
Eu pensei muito sobre o que escrever e talvez tudo isso esteja confuso demais para outra pessoa ler além de mim, mas ainda sim vou postar porque acredito que preciso colocar pra fora algumas frustrações em torno de todo esse final.
Começando pelo ep 15:
Muita coisa me incomodou nesse episódio assim como me agradaram. Eu gostei da construção do episódio e especificamente achei a cena dela e da yurim em Madrid lutando emocionante. Mas ainda sim, tem muita coisa errada pra mim e isso acabou me privando de aproveitar totalmente esses momentos que gostei.
Acho que é importante ressaltar algo do início do episódio, quando a heedo diz que quer compartilhar todos os momento do yijin. Seja tristeza ou felicidade, e mesmo que ela seja a mais nova e menos “experiente” em relacionamentos, eu acho que ela estava certa em dizer aquilo. Os dois vivem em mundos diferentes desde sempre, se não compartilham as dores e felicidades dificilmente entenderiam o lado um do outro. é uma questão de confiança também, não confidenciar o que você sente a quem você ama e que mais te ama pra mim soa triste e como se não houvesse confiança. E então, quando ela volta de madrid e a mãe dela questiona se ela queria viver aquele relacionamento daquela forma quando o yijin não vai pro jantar comemorar a medalha dela eu tive ali a confirmação de que realmente eles não terminariam juntos. Infelizmente eu deveria ter me tocado e não colocando esperanças nisso mais cedo, pois ambos tem bagagem e questões maiores que o amor e que precisam de mais atenção que romance. E eles tem questões consigo mesmos também.
Bom, o relacionamento da heedo e yijin virou um espelho do que foi o relacionamento dela com a mãe durante a vida inteira. Quando muitas vezes a mãe dela colocou o trabalho à frente dela, e de qualquer outra pessoa. Eu achei brutal assistir a forma como isso se desenvolveu, não só por ser frustrante depois de tanto que foi entregue do casal nos outros episódios mas porque senti que esse roteiro não foi realmente pensado e bem executado.
Não acho a situação do jantar e a do velório do pai dela equiparáveis mas eu entendo o que isso causa na Heedo depois da viagem por conta do 11/9. E ela ia passar o resto da vida vendo aquela situação de novo e de novo igual viu durante toda a vida, mas ainda sim me soou muito vago e a forma como ela só percebeu isso tanto tempo depois. E falando disso acho importante levantar também meu desconforto gigantesco com algumas cenas relacionadas ao 11/9 porque achei meio sem sentido a forma como levaram isso pra trama. Acho extremamente válido pontuar a visão do Yijin enquanto jornalista cobrindo uma tragédia como essa, mas não gosto dessa introdução de tragédias reais nos dramas então de qualquer forma não teria gostado mesmo se tivesse ficado só nisso, o que por sua vez não fica.
As cenas da Heedo assistindo o noticiário e as notícias do 11 e setembro me deram coceira no corpo de tão vergonha alheia e insensíveis que me pareceram, porque ali não era ela preocupada por ele, por alguma vítima ou pela situação mas ela assistindo o namorado na televisão como se o que tivesse passando fosse entretenimento de alguma forma, sei lá. Achei de muito gosto duvidoso e eu não acho que tenha adicionado em algo na trama em si porque poderia ter sido escrito de outra forma, ou com uma situação fictícia… Enfim.
Sobre os personagens secundários eu tenho muitas questões que ficaram completamente sem resposta. Como o foco gigante em alguns episódios mas no último o tempo de tela sendo substituído por cenas de comoção ou simplesmente cenas que não traziam esclarecimento sobre nada. Um exemplo: Seungwan tinha um pai e ele morre do NADA! Tudo isso pra colocarem o grupo junto (sem o Yijin) e com um plot dela namorando o irmão do Yijin (e tudo bem, mas tinham formas melhores de ter feito isso acontecer). Daí, a vida do Jiwoong resumida a existência da Yurim mesmo quando tentaram mostrar que ele tem o próprio negócio e que tinha a própria vida, ali nos últimos episódios TUDO da vida dele correndo em torno da existência dela. Foi um endgame fofo mas fiquei meio meh com isso.
Agora voltando pra BaekDo pra fazer algumas outras observações e pensamentos: A briga do término foi muito bem executada, atuações de milhões! Mas me incomodou muito a mudança de postura do Yijin nessa reta final (e depois ele voltando ao “normal” antes de viajar). Uma coisa que eu elogiei o drama TODO foi a comunicação dos dois e no momento mais importante da trama isso não aconteceu, não teve comunicação. Os roteiristas ignoraram totalmente a construção dos personagens que eles fizeram e de repente você tinha BaekDo terminando por… falta de comunicação. Pelo menos é o ponto de vista que eu tive assistindo. Penso que se o Yijin compartilhasse o que sentia com ela, as coisas não teriam ido pra esse rumo pois ela SEMPRE tentou entender ele e estar ali por ele. E é óbvio também que ela interpretar a dor dele como crescimento não é de ajuda alguma e eu também me sentiria frustrada se me dissessem isso.
Nem toda dor é aprendizado, às vezes é só dor mesmo.
Ele vem de uma vida que foi revirada e tudo isso pesa, eu entendo a reação e a forma como ele vinha tratando o trabalho pois isso não começou com o 11/9, ele já estava desabando antes. Mas em nenhum momento ele quis dar pra ela a abertura do que sentia. Mas ali, penso que faltou mais Heedo na própria Heedo. Uma personagem que foi construída com a narrativa de perseverança e insistência, que nunca desistia das pessoas ou do que queria, ou se abalava, de repente desabou porque o namorado foi trabalhar fora? A mesma que foi resiliente quando ele teve que ir embora lá no início da história dos dois?
Parece que os 14 episódios não são um capítulo antecedente ao 15 e 16 e sim outra realidade. Traços de personalidade e vivência dos dois foram relativamente ignorados pelos roteiristas pra entregar esse final meia boca.
E, finalmente, sobre o final: Quando chega ali naquele momento que em tese deveria causar emoção, onde eles correm pra se encontrar e terminar as coisas de uma forma melhor do que fizeram, eu já estava chorando. Não porque estava feliz ou emocionada mas por raiva mesmo. Inclusive senti que aquele foi o único momento realmente Heedo e Yijin em todo o episódio de quase 1h30min. Mas estavam encerrando aquilo mas com pontas soltas, quem é o pai da Minchae? Não existe uma cena do Yijin no futuro? Ou dos outros? É um salto no futuro e a Heedo só tem a mãe e a filha? Tudo se tornou TÃO solitário numa história onde ela se rodeia de pessoas que a apoiam e amam.
Por fim, eu já esperava que eles não fossem ficar juntos mas a execução disso foi frustrante em todo o episódio. Eles não terminarem juntos é o menor dos problemas pra mim, o que me dói é um drama que trouxe uma construção incrível de uma relação de amizade que se tornou um romance foi encerrado assim. Até o último momento esperei que houvesse um reencontro dos dois, mesmo como amigos.
E eu muito vi pessoas dizendo que gostaram porque se assemelha ao que é a vida real. Talvez seja chocante mas, uma história fictícia não precisa ter semelhança com a vida real. Eu mesma não assisto obras fictícias, de personagens fictícios, com narrativas fictícias pra sentir semelhança com a vida real na maioria das vezes. Definitivamente não abri o primeiro episódio de 2521 esperando isso. É óbvio que amores adolescentes, ou grandes amores em geral, não costumam ser para sempre. Mas não significa que isso devesse ser levado tão ao pé da letra dessa forma numa obra.
Penso que existe a licença poética para que finais sejam, potencialmente, irreais para nós meros mortais que assistimos ou lemos essas obras pra que por aqueles minutos ali possamos sentir algo irreal para nós.
Twenty five, Twenty one foi uma experiência muito boa do primeiro ao décimo quarto episódio e uma experiência brutal no décimo quinto e sexto episódio. Não vou dar uma nota negativa ao drama inteiro pelo final, mas não consigo dar uma nota maior pro que fez essa obra se encerrar de uma das piores formas que eu poderia imaginar.
Começando pelo ep 15:
Muita coisa me incomodou nesse episódio assim como me agradaram. Eu gostei da construção do episódio e especificamente achei a cena dela e da yurim em Madrid lutando emocionante. Mas ainda sim, tem muita coisa errada pra mim e isso acabou me privando de aproveitar totalmente esses momentos que gostei.
Acho que é importante ressaltar algo do início do episódio, quando a heedo diz que quer compartilhar todos os momento do yijin. Seja tristeza ou felicidade, e mesmo que ela seja a mais nova e menos “experiente” em relacionamentos, eu acho que ela estava certa em dizer aquilo. Os dois vivem em mundos diferentes desde sempre, se não compartilham as dores e felicidades dificilmente entenderiam o lado um do outro. é uma questão de confiança também, não confidenciar o que você sente a quem você ama e que mais te ama pra mim soa triste e como se não houvesse confiança. E então, quando ela volta de madrid e a mãe dela questiona se ela queria viver aquele relacionamento daquela forma quando o yijin não vai pro jantar comemorar a medalha dela eu tive ali a confirmação de que realmente eles não terminariam juntos. Infelizmente eu deveria ter me tocado e não colocando esperanças nisso mais cedo, pois ambos tem bagagem e questões maiores que o amor e que precisam de mais atenção que romance. E eles tem questões consigo mesmos também.
Bom, o relacionamento da heedo e yijin virou um espelho do que foi o relacionamento dela com a mãe durante a vida inteira. Quando muitas vezes a mãe dela colocou o trabalho à frente dela, e de qualquer outra pessoa. Eu achei brutal assistir a forma como isso se desenvolveu, não só por ser frustrante depois de tanto que foi entregue do casal nos outros episódios mas porque senti que esse roteiro não foi realmente pensado e bem executado.
Não acho a situação do jantar e a do velório do pai dela equiparáveis mas eu entendo o que isso causa na Heedo depois da viagem por conta do 11/9. E ela ia passar o resto da vida vendo aquela situação de novo e de novo igual viu durante toda a vida, mas ainda sim me soou muito vago e a forma como ela só percebeu isso tanto tempo depois. E falando disso acho importante levantar também meu desconforto gigantesco com algumas cenas relacionadas ao 11/9 porque achei meio sem sentido a forma como levaram isso pra trama. Acho extremamente válido pontuar a visão do Yijin enquanto jornalista cobrindo uma tragédia como essa, mas não gosto dessa introdução de tragédias reais nos dramas então de qualquer forma não teria gostado mesmo se tivesse ficado só nisso, o que por sua vez não fica.
As cenas da Heedo assistindo o noticiário e as notícias do 11 e setembro me deram coceira no corpo de tão vergonha alheia e insensíveis que me pareceram, porque ali não era ela preocupada por ele, por alguma vítima ou pela situação mas ela assistindo o namorado na televisão como se o que tivesse passando fosse entretenimento de alguma forma, sei lá. Achei de muito gosto duvidoso e eu não acho que tenha adicionado em algo na trama em si porque poderia ter sido escrito de outra forma, ou com uma situação fictícia… Enfim.
Sobre os personagens secundários eu tenho muitas questões que ficaram completamente sem resposta. Como o foco gigante em alguns episódios mas no último o tempo de tela sendo substituído por cenas de comoção ou simplesmente cenas que não traziam esclarecimento sobre nada. Um exemplo: Seungwan tinha um pai e ele morre do NADA! Tudo isso pra colocarem o grupo junto (sem o Yijin) e com um plot dela namorando o irmão do Yijin (e tudo bem, mas tinham formas melhores de ter feito isso acontecer). Daí, a vida do Jiwoong resumida a existência da Yurim mesmo quando tentaram mostrar que ele tem o próprio negócio e que tinha a própria vida, ali nos últimos episódios TUDO da vida dele correndo em torno da existência dela. Foi um endgame fofo mas fiquei meio meh com isso.
Agora voltando pra BaekDo pra fazer algumas outras observações e pensamentos: A briga do término foi muito bem executada, atuações de milhões! Mas me incomodou muito a mudança de postura do Yijin nessa reta final (e depois ele voltando ao “normal” antes de viajar). Uma coisa que eu elogiei o drama TODO foi a comunicação dos dois e no momento mais importante da trama isso não aconteceu, não teve comunicação. Os roteiristas ignoraram totalmente a construção dos personagens que eles fizeram e de repente você tinha BaekDo terminando por… falta de comunicação. Pelo menos é o ponto de vista que eu tive assistindo. Penso que se o Yijin compartilhasse o que sentia com ela, as coisas não teriam ido pra esse rumo pois ela SEMPRE tentou entender ele e estar ali por ele. E é óbvio também que ela interpretar a dor dele como crescimento não é de ajuda alguma e eu também me sentiria frustrada se me dissessem isso.
Nem toda dor é aprendizado, às vezes é só dor mesmo.
Ele vem de uma vida que foi revirada e tudo isso pesa, eu entendo a reação e a forma como ele vinha tratando o trabalho pois isso não começou com o 11/9, ele já estava desabando antes. Mas em nenhum momento ele quis dar pra ela a abertura do que sentia. Mas ali, penso que faltou mais Heedo na própria Heedo. Uma personagem que foi construída com a narrativa de perseverança e insistência, que nunca desistia das pessoas ou do que queria, ou se abalava, de repente desabou porque o namorado foi trabalhar fora? A mesma que foi resiliente quando ele teve que ir embora lá no início da história dos dois?
Parece que os 14 episódios não são um capítulo antecedente ao 15 e 16 e sim outra realidade. Traços de personalidade e vivência dos dois foram relativamente ignorados pelos roteiristas pra entregar esse final meia boca.
E, finalmente, sobre o final: Quando chega ali naquele momento que em tese deveria causar emoção, onde eles correm pra se encontrar e terminar as coisas de uma forma melhor do que fizeram, eu já estava chorando. Não porque estava feliz ou emocionada mas por raiva mesmo. Inclusive senti que aquele foi o único momento realmente Heedo e Yijin em todo o episódio de quase 1h30min. Mas estavam encerrando aquilo mas com pontas soltas, quem é o pai da Minchae? Não existe uma cena do Yijin no futuro? Ou dos outros? É um salto no futuro e a Heedo só tem a mãe e a filha? Tudo se tornou TÃO solitário numa história onde ela se rodeia de pessoas que a apoiam e amam.
Por fim, eu já esperava que eles não fossem ficar juntos mas a execução disso foi frustrante em todo o episódio. Eles não terminarem juntos é o menor dos problemas pra mim, o que me dói é um drama que trouxe uma construção incrível de uma relação de amizade que se tornou um romance foi encerrado assim. Até o último momento esperei que houvesse um reencontro dos dois, mesmo como amigos.
E eu muito vi pessoas dizendo que gostaram porque se assemelha ao que é a vida real. Talvez seja chocante mas, uma história fictícia não precisa ter semelhança com a vida real. Eu mesma não assisto obras fictícias, de personagens fictícios, com narrativas fictícias pra sentir semelhança com a vida real na maioria das vezes. Definitivamente não abri o primeiro episódio de 2521 esperando isso. É óbvio que amores adolescentes, ou grandes amores em geral, não costumam ser para sempre. Mas não significa que isso devesse ser levado tão ao pé da letra dessa forma numa obra.
Penso que existe a licença poética para que finais sejam, potencialmente, irreais para nós meros mortais que assistimos ou lemos essas obras pra que por aqueles minutos ali possamos sentir algo irreal para nós.
Twenty five, Twenty one foi uma experiência muito boa do primeiro ao décimo quarto episódio e uma experiência brutal no décimo quinto e sexto episódio. Não vou dar uma nota negativa ao drama inteiro pelo final, mas não consigo dar uma nota maior pro que fez essa obra se encerrar de uma das piores formas que eu poderia imaginar.
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