Esta resenha pode conter spoilers
foi de 0 à 100 e de 100 à 0 muito rápido
conheci o bl através de um edit no qual Qian estava coberto de sangue, lutando para salvar o irmão não biológico - por quem mais tarde deveria se apaixonar. a partir dali, as minhas expectativas já eram altas. então quando li a sinopse da série, faltei urrar. um romance moralmente questionável? não sou contra isso (embora claramente não seja incesto). de fato, achei que eles poderiam ter idades um pouquinho mais parecidas, mas ok... eu já estava de quatro para esta série. o casting? simplesmente um dos melhores de taiwan. dos atores principais aos coadjuvantes (amei o vilão amorzinho da gangue; foi ótimo rever o queridinho de We Best Love) - enfim, eu estava entregue. do primeiro ep, até a metade da série, eu estava atordoada de amor pela história, que era densa, complexa, intensa, cheia de angústia e anseio e promessas: ingredientes perfeitos para um prato fresco de bl. mas então, pecaram por excesso. os últimos eps pareceram um conglomerado de informações mal elaboradas. toda a complexidade da trama sofreu um esvaziamento de simplicidade por ter sido reduzida à joguinhos de sedução que beiravam ao infantil, o amor incondicional de Yuan estava simultaneamente repleto de condições e abnegações que facilmente negavam o amor romântico que ele havia colocado em questão, e que havia mudado toda a história, todo o status quo da família até então. ora, se o fato de Qian não corresponder os sentimentos não fosse tão importante, então por que causar um dramalhão sobre isso? por que se confessar? por que exigir de Qian uma responsabilidade sobre esses sentimentos/confissão? isso não fez o menor sentido. e por falar em amor romântico, foi estranho: Qian realmente não pareceu sentir nada além do que amor fraternal por Yuan, até às últimas consequências. depois da confissão de Yuan, o que sobrou para Qian foi o luto da perda de um amor/amigo/irmão/identidade, e que de algum modo nos foi empurrado, em um pacote só, como sendo a manifestação de um amor romântico reprimido. se esse foi realmente o caso, isso não foi bem trabalhado, seja no roteiro/direção, seja na atuação de Modi Chiu. em nenhum momento antes da confissão de Yuan, Qian demonstrou desejo sexual/amor romântico pelo irmão, nem mesmo apresentou o mínimo desconforto com a ideia dos dois juntos, o que poderia nos deixar imaginando alguma coisa - qualquer coisa. nem sequer ciúmes da possibilidade de Yuan arranjar uma namorada Qian sentia. tudo foi apenas ... esquisito. era nítido que Qian amava Yuan, mas não mais do que ele amava a sua irmã, e ponto final. de início a quase fim, a história foi a de um amor unilateral. quando Qian finalmente cedeu a relação, a sensação foi esta: de que ele simplesmente cedeu a qualquer coisa, para nunca mais perder a relação com o Yuan, já que isso claramente lhe trouxe muito sofrimento. a paixão, o amor romântico, o tesão, o crush platônico... senão nos últimos instantes (logo quando Yuan retorna, e muito brevemente), é que a gente vê algo disso. pareceu forçado, e desinteressante. quando o potencial da história poderia ter sido apaixonante. até mesmo mais tarde, a cena de pegação dos dois, que tinha tudo para ser bonita (além do elemento visual/cinematográfico, claro), eles me trouxeram uma diálogo mixuruca de "isso não é rápido demais... eu esperei por 15 anos". então, afinal, tudo era sobre Yuan. um amor incondicional, só que egoísta. essa é boa. enfim. as contradições da narrativa me irritaram e brocharam infinitamente. só o fato d'Eu ter me decepcionado com a série foi uma decepção. e nem vou falar da tentativa chata de vender o slogan piegas de "toda forma de amor..." com a história paralela da irmã de Qian com aquele amigo dele mais velho. gosto de romance com age gap, mas esse foi absurdo, porque ela era uma pré-adolescente quando o cara já era bem de maior quando se conheceram, e mesmo que tenham ficado juntos quando ela estava maior de idade, isso me pareceu uma tentativa ridícula de validar o amor entre Qian e o irmão, sendo que a história deles já poderia falar por si, sem forçar a barra desse jeito. o tom final que a série adquiriu, de comercial de margarina, ou filme educativo de sessão da tarde para família tradicional, foi muito sem graça. decepcionante
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