Esta resenha pode conter spoilers
Potencial desperdiçado
Comecei o drama com grandes expectativas, pois nos primeiros episódios ele aparentava ser bem feito, com cenas bem poéticas acompanhadas de uma linda trilha sonora. Além disso, os personagens em geral tinham grandes potenciais para desenvolvimento e conscientização das dificuldades das pessoas com deficiência. Porém, o roteiro ia perdendo o seu rumo a cada episódio e, ao final, o primeiro episódio parece ser de um drama totalmente diferente do último.Comecei o drama por causa da Wang Peng, pois adoro a atuação despreocupada dela, mas a personagem dela tinha total falta de bom senso com as situações que envolviam a própria família e a vida do Nian Qin, nos últimos episódios parecia até que ela nunca tinha feito psicologia na vida ou mesmo perdeu a capacidade humana de entender o outro, fazia muita birra sem sentido, não senti que a personagem evoluiu de alguma forma.
Quanto ao Evan Lin, vou dar um desconto por ser um dos primeiros dramas dele e a falta de experiência é facilmente percebida pela cartela limitada de expressões faciais que ele apresenta (fiquei até confusa quando ele volta a enxergar, pois os olhos dele não transpassavam emoção suficiente para ter uma distinção clara entre as versões cego x não cego dele). O que estragou tudo para o Nian Qin foi o roteiro, tentaram mostrar como uma pessoa cega é capaz de fazer coisas normais e ter uma vida normal, pra depois jogar tudo fora fazendo o Nian Qin do nada enxergar de novo e, só assim, ele foi aceito pela sogra e conseguiu ser o CEO, se mostrar mais na sociedade e ter uma relação um pouco melhor com a família, que também foi muito pouco explorada na questão de aceitar a condição do Nian Qin. Enfim, esse retrato de uma pessoa cega como triste e soturna, tanto o Nian Qin, como a menina da escola, sem ter muitos contrapontos de lados positivos e felicidades, fez eu me frustrar muito com o drama, a ponto de quase parar de ver no episodio 10, mas continuei a ver pela fotografia linda e trilha sonora.
Sobre os outros personagens, achei o arco da banda mal resolvido, o casal secundário fica junto, tem empregos “normais” de adulto e o drama nunca mais toca no assunto, mas e os coleguinhas deles? Achei que poderiam ter tido um cuidado a mais com essa história.
As crianças que apareciam também foram totalmente esquecidas e utilizadas apenas como plot device, o Nian Qin continuou visitando ela até depois da passagem de tempo, mas até é mencionado que a Wu Yan não visita mais ela e fica por isso mesmo! Não é feito nada! E nem fala se o Nian Qin continuou visitando ela depois, pelo jeito que as coisas iam, até achei que adorariam a menina, mas não, ela simplesmente era um plot device dos roteiristas. E o menino autista então, nem se fala, apareceu do nada para ser outro plot device raso, em vez de aproveitarem da outra criança que já tinham apresentado, preferiram adicionar mais personagens e não trabalhar bem nenhum deles.
O ponto alto do drama é a trilha sonora, que tá no meu repeat agora, mas eu tinha pavor da trilha sonora do casal, que era um piano que parecia muito que eu estava assistindo um filme de terror ou algo bem mais melancólico do que era pra ser. Além disso, as músicas começavam e terminavam abruptamente a partir da metade pro final do drama, parece que até os editores ficaram um pouco desleixados.
Enfim, precisava tirar isso de meu peito, pois o drama tinha um potencial muito alto que foi desperdiçado e fiquei muito decepcionada.
Entretanto, se você quer ver um drama leve, porém melancólico, com uma boa trilha sonora e poucos episódios, pode assistir esse, porém sem grandes expectativas.
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