A segunda temporada veio um ano após a primeira. Não entendo ainda o porquê das pessoas a tratarem como série BL, sendo que ela é uma série LGBT+ e são duas coisas diferentes, mas vamos lá (eu já disse isso na resenha da 1ª temporada). A segunda temporada seguiu uma linha parecida com a primeira, porém, com um tom de finalização que já dava indícios que seria o fim de tudo, não haveria uma terceira temporada, não ficou gancho para isso.

O enredo girou em torno de como de resolveriam os conflitos internos e externos dos personagens. Fala muito sobre perdão, compreensão, aceitação e crescimento pessoal, coisa que remetem muito à vida real. Também, como na primeira temporada, existiu um diálogo constante sobre HIV e as formas de prevenção. Outro ponto que se repetiu, foi a viagem pelas ruas e pontos turísticos de Bangkok.

Eu amei o desfecho de Off e Big! Normalmente, o padrão estético imposto pela sociedade e aqui representado no personagem de Big, não se relacionaria "normalmente" com alguém fora do padrão estético. Coloquei o normalmente entre aspas, pois é assim que grande parte das pessoas fora da comunidade entendem, levadas pelo seu preconceito, acreditam que o mais bonito só pode estar com aquele que é fora do padrão se for por interesse, e isso infelizmente reverbera negativamente até mesmo entre os membros da comunidade LGBT devido a preconceito estrutural que infelizmente nos é incutido desde crianças. Eles mostraram uma situação que pode acontecer normalmente fora da ficção, o "padrão", Big, errou na primeira temporada, traiu, e na segunda foi muito bonito ver Off entendendo que independente de se achar fisicamente bonito, ele merecia mais. Mesmo Big o amando e tentando de tudo para reacender o amor, ele, inconscientemente optou pelo terceiro cara na relação, que também não era "padrão", e ironicamente foi trazido por Big para tentar apimentar a relação. Big também foi gigante ao entender que ali não cabia mais ele, e mesmo sofrendo ele optou pela felicidade de OFF, pois sabia que o coração de Off era muito bom para mandá-lo embora.

Não curti o relacionamento entre Pom e Nueng, me parecia que o namoro só servia para fazer Pom ser mais inseguro sobre sua aparência, e quando Nueng disse que ele era o problema, ele não mentiu.

Sathang foi de longe a que mais me fez chorar... o fingimento em dizer que ficava com muitos caras, quando na verdade ainda era virgem, a admissão de que os homens não se aproximavam por ela ser trans, a forma como os amigos a acolheram, tudo foi muito bonito apesar de triste. Que bom que ela teve seu final feliz.

Nat e Kamin aqueceram meu coração, casal lindo, saudável, e foi maravilhoso ver o irmão que teve falas homofóbicas apaixonado por outro homem, isso também é muito recorrente.

Arm continuou praticamente o mesmo, mas o sofrimento pela morte do pai o amadureceu. Não consegui entender de cara o porquê ele aparentemente não gostava da mãe, pois ela o amava, depois percebi que eles tinham personalidades conflitantes e era melhor viverem distantes, mas que bom que ele no final passou ao menos a telefonar para ela.

A atuação dos atores é excelente, aliás, todos os aspectos técnicos são.
Recomendo essa série mil vezes, assistam e com certeza não vão se arrepender, mas lembrem de ver a primeira temporada primeiro, senão não vão compreender a segunda.