Esta resenha pode conter spoilers
Não é nostálgico, é ultrapassado.
Depois de assistir "The Red Sleeve" e presenciar a interpretação indescritível do Lee Junho, eu fiquei ansiando por um romcom clássico CEO com ele, não sei porquê. Para minha surpresa, o desejo não demorou muito a ser cumprido, mas a sinopse já me deixou receosa, parecia boba demais, porém continuei firme. Entretanto, qualquer resquício da felicidade do anúncio se desfez logo após assistir o primeiro episódio. Ao ver o personagem Gu Won chegar, literalmente, de paraquedas no terraço da empresa, percebi a narrativa ia pro lado das patacoadas. Poderia ser só uma impressão momentânea, mas a cada episódio vários elementos confirmavam essa hipótese. Os efeitos sonoros, o humor pedante, cenas irrealistas, a falta de cuidado com plots secundários, o príncipe no cavalo branco salvando a princesa sempre no timing perfeito... O problema disso é: a estrutura se apegou tanto ao passado, que não sobrou nenhum frescor. Em uma história assim, ninguém espera algo inovador, mas a narrativa simplesmente parou no tempo. Diferente de kdramas como "Business Proposal" ou "Love To Hate You", que trazem de volta essa narrativa clássica, mas com toques inovadores e atuais, "King The Land" não tem nada a oferecer.
O excesso de fanservice atrapalhou demais o ritmo do drama. Eu ainda não me conformo com o quanto o episódio 10 não serviu para nada. É literalmente um filler. O foco nas cenas românticas do casal que não agregavam na narrativa atrapalhou em um melhor desenvolvimento de todos os outros plots. Um dos aspectos mais importantes da história e que moldou a personalidade de Gu Won foi o desaparecimento de sua mãe, porém toda a sua conclusão foi resolvida em meros 15min no penúltimo episódio. A mãe veio e foi embora num piscar de olhos.
Demoramos para descobrir o porquê da Sra Gu ter tanto ódio pelo irmão. No fim, descobrimos que era daddy issues, num desenvolvimento completamente incoerente e mal trabalhado. O jeito que seu conflito foi apresentado, com apenas uma cena do passado com o pai e a madrasta brincando com o Gu Won, é desproporcional com as consequências que vemos no presente. Não convence. E o final foi totalmente apressado, como se precisassem resolver logo essa parte da história pra mostrar as cenas do casamento dos protagonistas.
Há, também, os plots das amigas. Pyung Hwa é uma comissária que é intimidada por ser divorciada (casamento que ocorreu do modo mais ridículo possível, aliás). Não sei se é conflito cultural, mas não consigo ver como uma situação dessa é realista em pleno ano de 2023. E se forem fatos de uma realidade que está longe de mim, o drama ficou longe de evidenciar o quanto essa mentalidade é problemática e os meios necessários para solucioná-la. A outra amiga, Da Eul, é tratada como empregada pelo marido e pela família dele. Esse plot foi o que mais me revoltou, pois foi tratado unicamente em modo cômico. É um tipo de situação extremamente tóxica e degradante, mas trataram como se o problema é apenas o marido estar desempregado, terminando com ela invertendo os papéis dentro das tarefas da casa e os sogros (claramente um referência de onde veio a criação podre do marido) são isentos. Eu entendo perfeitamente que é um drama leve que não visa aprofundar assuntos sérios e problematizá-los, mas esses tipos de situações poderiam ter sido melhor trabalhadas e não banalizadas.
No mais, é sempre um sabor ver o Lee Junho em tela. Sua voz e seu sorriso esmaece qualquer crítica. A proximidade dele com a Yoona transparece na química incrível que os dois têm em tela.
O excesso de fanservice atrapalhou demais o ritmo do drama. Eu ainda não me conformo com o quanto o episódio 10 não serviu para nada. É literalmente um filler. O foco nas cenas românticas do casal que não agregavam na narrativa atrapalhou em um melhor desenvolvimento de todos os outros plots. Um dos aspectos mais importantes da história e que moldou a personalidade de Gu Won foi o desaparecimento de sua mãe, porém toda a sua conclusão foi resolvida em meros 15min no penúltimo episódio. A mãe veio e foi embora num piscar de olhos.
Demoramos para descobrir o porquê da Sra Gu ter tanto ódio pelo irmão. No fim, descobrimos que era daddy issues, num desenvolvimento completamente incoerente e mal trabalhado. O jeito que seu conflito foi apresentado, com apenas uma cena do passado com o pai e a madrasta brincando com o Gu Won, é desproporcional com as consequências que vemos no presente. Não convence. E o final foi totalmente apressado, como se precisassem resolver logo essa parte da história pra mostrar as cenas do casamento dos protagonistas.
Há, também, os plots das amigas. Pyung Hwa é uma comissária que é intimidada por ser divorciada (casamento que ocorreu do modo mais ridículo possível, aliás). Não sei se é conflito cultural, mas não consigo ver como uma situação dessa é realista em pleno ano de 2023. E se forem fatos de uma realidade que está longe de mim, o drama ficou longe de evidenciar o quanto essa mentalidade é problemática e os meios necessários para solucioná-la. A outra amiga, Da Eul, é tratada como empregada pelo marido e pela família dele. Esse plot foi o que mais me revoltou, pois foi tratado unicamente em modo cômico. É um tipo de situação extremamente tóxica e degradante, mas trataram como se o problema é apenas o marido estar desempregado, terminando com ela invertendo os papéis dentro das tarefas da casa e os sogros (claramente um referência de onde veio a criação podre do marido) são isentos. Eu entendo perfeitamente que é um drama leve que não visa aprofundar assuntos sérios e problematizá-los, mas esses tipos de situações poderiam ter sido melhor trabalhadas e não banalizadas.
No mais, é sempre um sabor ver o Lee Junho em tela. Sua voz e seu sorriso esmaece qualquer crítica. A proximidade dele com a Yoona transparece na química incrível que os dois têm em tela.
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